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    Rádio Alvorada 94.5 - Santa Cecília
Créditos da Imagem: Reprodução/Yandex Imagens

Santa Catarina enfrenta escassez crítica de caminhoneiros e acumula prejuízo de R$ 30 milhões mensais

O estado de Santa Catarina vive uma das mais graves crises no setor de transporte rodoviário de cargas. Atualmente, entre 7 mil e 8 mil caminhões estão parados por falta de motoristas, gerando um prejuízo estimado em R$ 30 milhões por mês e afetando diretamente a cadeia logística estadual e nacional.

A situação foi detalhada por Lorisvaldo Piuco, presidente do Setransc (Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas e Logística do Sul de SC), que classificou o momento como “recessivo e preocupante”. Segundo ele, uma eventual retomada da atividade econômica pode agravar o cenário: “Se der uma melhorada, a situação vai explodir, vai dar um boom, e não só em Santa Catarina, mas no Brasil como um todo”.

Fatores que agravam a escassez

A crise é atribuída a três fatores principais:

  • Insegurança nas estradas: violência, roubo de cargas e infraestrutura precária aumentam os riscos para os profissionais.
  • Desinteresse dos jovens pela profissão: a nova geração busca carreiras em tecnologia e inovação, deixando o transporte rodoviário em segundo plano.
  • Baixa atratividade salarial: os rendimentos não compensam os riscos, a carga horária extensa e o desgaste físico da atividade.

Piuco alerta que “a insegurança nas estradas é tão grande que os pais não querem que os filhos sejam motoristas para imitá-los”. A BR-101, especialmente no trecho do Morro dos Cavalos, é apontada como um dos pontos mais críticos, com registros frequentes de acidentes e incêndios.

Falta de renovação e valorização

Apesar dos avanços tecnológicos nos veículos — como automação e sistemas inteligentes — o setor não consegue atrair novos profissionais. A carga fracionada, que exige múltiplas entregas e deslocamentos complexos, é especialmente desvalorizada.

“O salário não é convidativo”, reforça Piuco, destacando que o esforço exigido não é proporcional à remuneração oferecida.

Mobilização institucional

O Setransc, em parceria com o Sistema Fetranscesc, que reúne entidades de transporte de diversas cidades catarinenses, atua para reverter o quadro. As ações incluem:

  • defesa da valorização salarial,
  • melhoria das condições de trabalho,
  • iniciativas para atrair novos profissionais ao setor.

A escassez de caminhoneiros é considerada um gargalo estratégico para a economia catarinense, que depende fortemente do transporte rodoviário para escoamento de produção industrial, agrícola e portuária.

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