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    Rádio Alvorada 94.5 - Santa Cecília
Foto: Reprodução/redes sociais

Bolsonaro permanece na UTI após cirurgia considerada uma das mais complexas desde atentado em 2018

Internado desde o último domingo (13), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) permanece em um quarto com estrutura de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no Hospital DF Star, em Brasília. A cirurgia à qual foi submetido durou cerca de 12 horas e foi considerada uma das mais delicadas desde o atentado a faca sofrido em 2018. Segundo os médicos responsáveis, não há previsão para que Bolsonaro receba alta da UTI ou do hospital. A equipe destaca que o pós-operatório exige cuidados específicos e será prolongado.

O cardiologista Leandro Echenique afirmou que a longa duração do procedimento já era esperada diante da complexidade do quadro. A cirurgia envolveu a liberação de aderências que provocavam uma obstrução intestinal parcial e a reconstrução da parede abdominal, danificada em decorrência das múltiplas intervenções anteriores. A operação foi realizada em três etapas: o acesso à cavidade abdominal, a liberação das aderências e, por fim, a reconstrução, que exigiu atenção redobrada para evitar lesões no intestino.

De acordo com o cirurgião Cláudio Birolini, chefe da equipe responsável, a parede abdominal de Bolsonaro estava “bastante danificada” e apresentava um “abdome hostil”, expressão médica usada para definir situações em que múltiplas cirurgias anteriores causam aderências intensas entre as alças intestinais. Birolini explicou que a dobra no intestino delgado dificultava o trânsito intestinal, levando ao quadro de suboclusão. O procedimento ocorreu sem intercorrências e sem necessidade de transfusão de sangue.

As próximas 48 horas após a cirurgia foram apontadas pelos médicos como as mais críticas, devido ao risco de infecções, trombose e resposta inflamatória intensa do organismo. Por isso, Bolsonaro está em ambiente controlado, sob medicação antibiótica e recebendo nutrição venosa. Embora esteja acordado e lúcido, ele não pode receber visitas, com exceção de contatos limitados com familiares próximos. Ainda não há data prevista para sua transferência para um quarto convencional.

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro celebrou nas redes sociais o sucesso da cirurgia e agradeceu à equipe médica, chamando os profissionais de “anjos aqui na Terra”. Ela também publicou uma foto dos médicos responsáveis pela operação. Já o próprio ex-presidente, por meio de sua conta oficial, agradeceu as mensagens de apoio e destacou que sua recuperação será gradual, exigindo paciência e cuidados intensivos.

Durante coletiva de imprensa realizada na manhã desta segunda-feira (14), os médicos reforçaram que o quadro atual de Bolsonaro é estável e que o foco, neste momento, está em garantir que o intestino se desinflame e volte a funcionar normalmente. A alimentação por via oral só será retomada após essa estabilização. Birolini ainda descartou qualquer relação entre os hábitos alimentares recentes do ex-presidente e o problema, reforçando que a causa da obstrução está diretamente ligada às consequências da facada sofrida durante a campanha eleitoral de 2018.

A intervenção deste domingo marcou a sétima cirurgia de Bolsonaro relacionada ao atentado e a nona internação decorrente de suas complicações. A equipe médica espera que esta tenha sido uma correção definitiva, embora reconheça que novas aderências podem se formar com o tempo. O ex-presidente seguirá em observação na UTI até que os sinais clínicos permitam uma evolução segura do quadro pós-operatório.

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