Diante do encarecimento das carnes, muitas famílias passaram a recorrer ao ovo como principal fonte de proteína. No entanto, a alta na demanda fez o preço do produto disparar. Em Santa Catarina, o aumento foi de 22% entre janeiro e fevereiro, enquanto, no restante do Brasil, os valores subiram até 40%.
Em supermercados da capital catarinense, a unidade do ovo que custava cerca de R$ 0,60 passou para R$ 0,90. Com isso, a bandeja de 30 ovos saltou de aproximadamente R$ 18 para R$ 27. O fenômeno ocorre, principalmente, devido à onda de calor que afeta a produtividade das galinhas e ao crescimento do consumo per capita, que subiu de 242 para 269 unidades por pessoa em um ano.
O analista de socioeconomia da Epagri, Alexandre Luís Giehl, explica que a produção não acompanhou o crescimento da demanda. “A oferta estava muito ajustada ao consumo do ano passado. Com o aumento da procura, os preços dispararam”, afirma.
Apesar da alta, Santa Catarina sente menos impacto do que outros estados, pois sua produção interna atende a maior parte da demanda local. Ainda assim, o preço deve continuar subindo nas próximas semanas, fazendo com que consumidores busquem alternativas. Em Florianópolis, o comerciante Jarbas Pinheiro, dono de uma barraca de lanches, passou a utilizar ovo em pó para reduzir custos.
A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) afirmou, em nota, que o aumento no preço do ovo é sazonal e ocorre anualmente antes e durante a quaresma, período em que o consumo de carnes vermelhas diminui. Além disso, a associação destacou a alta nos custos de produção, como o aumento de 30% no preço do milho e mais de 100% nos insumos de embalagens.
A expectativa do setor é de que os preços comecem a se estabilizar após a quaresma, até o mês de abril.