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    Rádio Alvorada 94.5 - Santa Cecília

Uso excessivo de telas por crianças pequenas reduz interação com os pais, aponta estudo

Pesquisa australiana publicada no Jama Pediatrics revela que cada minuto a mais em dispositivos digitais resulta em menos palavras e interações verbais entre pais e filhos.

Um estudo recente publicado no Jama Pediatrics por pesquisadores australianos revelou que quanto maior o tempo de uso de telas por uma criança pequena, menos ela conversa com os pais, impactando negativamente o desenvolvimento infantil. O estudo acompanhou 220 famílias com filhos na faixa de 1 ano de idade até completarem 3 anos. Durante esse período, as crianças passavam um dia a cada seis meses usando um dispositivo de reconhecimento de fala que registrava o número de palavras ditas pelos adultos, vocalizações emitidas pelas crianças e as conversas entre eles.

Os resultados mostraram que, embora a quantidade de palavras e interações tenha aumentado no período, houve uma associação negativa entre o tempo diante das telas e as conversas. Perto dos 3 anos de idade, cada minuto a mais nos dispositivos digitais significou menos 6,6 palavras emitidas pelos pais, menos 4,9 vocalizações dos filhos e uma interação verbal a menos com os adultos.

Claudio Schvartsman, pediatra do Hospital Israelita Albert Einstein, ressalta que a interação com os pais é essencial para o desenvolvimento da criança. “A falta deixa o bebê mais introspectivo e reduz o vocabulário da criança. Há menos interação emocional e isso pode afetar a socialização e o desenvolvimento intelectual”, comenta.

Os autores do estudo sugerem que deveria haver programas e políticas voltados à redução desse tempo e ao envolvimento dos pais durante o uso dos dispositivos. Eles também destacam que o uso de telas pelos próprios adultos pode afetar a conexão com os filhos, deixando-os menos responsivos e atentos, o que impacta a comunicação verbal e não verbal.

Schvartsman adverte que as crianças acabam usando esses aparelhos justamente em momentos em que os adultos querem interagir menos com elas. “Mas é preciso tomar muito cuidado, pois a tela é hipnotizante para a criança pequena e o excesso está criando uma geração voltada ao imediatismo e à rapidez, que é a antítese da profundidade”, diz.

A Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda que crianças com menos de 2 anos não tenham contato com aparelhos eletrônicos. Entre 2 e 5 anos, seu uso deve ser limitado a uma hora por dia e, entre 5 e 10, no máximo a duas horas. Os adolescentes não devem passar mais de três horas diárias nesses equipamentos. Além disso, o uso de tais dispositivos deve ser sempre com a supervisão dos pais ou responsáveis. Reduzir é o caminho.

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