O governo federal anunciou, nesta quinta-feira (20), a suspensão temporária das linhas de crédito subsidiadas do Plano Safra 2024/2025, com exceção do Pronaf Custeio, voltado para pequenos agricultores. A medida foi tomada devido à falta de recursos no orçamento para equalizar as taxas de juros, segundo o Ministério da Fazenda.

A decisão passa a valer a partir de 21 de fevereiro e se manterá até a aprovação da Lei Orçamentária Anual (LOA), que ainda tramita no Congresso Nacional. O comunicado foi assinado pelo secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron.

O governo justificou a interrupção citando o aumento da taxa básica de juros (Selic), que subiu de 10,50% em julho de 2024 para 13,25% em janeiro deste ano. Essa elevação ampliou os custos do subsídio, esgotando os recursos antes da renovação do plano.

A suspensão gerou forte reação do setor agropecuário. A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) criticou a decisão, alertando para impactos no custo dos alimentos, já que culturas como milho e soja dependem do financiamento rural para custeio da produção. O deputado Pedro Lupion (PP-PR) classificou a medida como um “prejuízo importante” para a agricultura.

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou que o governo estuda alternativas para o Plano Safra 2025/2026, incluindo novas taxas de juros e a ampliação do uso das Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs) como fonte de financiamento. Enquanto isso, o setor aguarda a aprovação do orçamento para que os recursos sejam retomados.