Uma pesquisa realizada pelo Instituto de Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Idec), encomendada pela Pfizer, revelou que cerca de 40% das gestantes desconhecem a existência de um calendário de vacinação específico para a gravidez. O levantamento também apontou que 60% das mulheres acreditam que as vacinas protegem apenas as mães, ignorando os benefícios transferidos aos bebês.
Além disso, falhas na orientação médica foram evidenciadas: 11% das gestantes das classes A e B afirmaram que seus próprios médicos recomendaram que evitassem vacinas durante a gestação. Outros 11% relataram que o tema sequer foi abordado durante o pré-natal.
O calendário de vacinação para gestantes no Brasil, disponível pelo SUS, inclui imunizações fundamentais, como:
- Tríplice bacteriana acelular (DTPa): protege contra difteria, tétano e coqueluche, transferindo anticorpos ao bebê.
- Hepatite B: essencial para gestantes sem vacinação completa, devido ao risco de transmissão ao bebê.
- Influenza e covid-19: a primeira é aplicada anualmente, e a segunda pode ser tomada em qualquer período da gravidez.
O estudo destacou que 10% das gestantes acreditam no falso mito de que vacinas causam autismo, e 14% acham que os imunizantes podem provocar alterações genéticas nos fetos, o que é cientificamente impossível.
Por outro lado, a pesquisa mostrou que 96% das gestantes que receberam orientações claras se vacinaram, evidenciando a importância de informação acessível e precisa.
O levantamento também revelou que, embora 94% das gestantes tenham ouvido falar da bronquiolite causada pelo VSR, apenas 22% sabem que a doença é causada por um vírus. Em 2024, o Brasil registrou 26 mil casos de síndrome respiratória aguda grave causada pelo VSR até novembro, segundo a Fiocruz.
Duas vacinas contra o VSR estão disponíveis no Brasil, mas somente na rede privada: Arexvy, para idosos, e Abrysvo, indicada para gestantes. Nenhuma delas integra o Programa Nacional de Imunizações.
O estudo reforça a necessidade de campanhas de conscientização voltadas tanto para gestantes quanto para profissionais de saúde, buscando reduzir a desinformação e garantir maior adesão ao calendário vacinal.