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    Rádio Alvorada 94.5 - Santa Cecília

Preço do milho em alta pode trazer desabastecimento do produto em SC

Nesse momento, o milho está escasso em Santa Catarina, no Brasil e no Mundo, atingindo o maior valor da história e colocou em alerta todo o setor.

A dimensão do problema pode ser avaliada pelo fato de SC, por exemplo, necessitar de cerca de 19.000 toneladas de milho por dia.

O presidente da Associação Catarinense de Avicultura (ACAV) e diretor do Sindicato das Indústrias de Carnes e Derivados no Estado de Santa Catarina (Sindicarne), José  Antônio Ribas Júnior, já concluiu que a indústria da carne não conseguirá repetir o excelente desempenho de 2020.

A situação deve se normalizar em 2022, mas 2021 será um ano difícil em razão do preço exorbitante dos insumos para a nutrição animal.

Os estoques da Conab estão baixos e o plantio da próxima safra está atrasado.

A previsão é de que na metade do ano haverá crise de desabastecimento.

AGRAVANTES

O milho está supervalorizado e não há indicação de que essas cotações possam recuar, o que representa uma situação de custos elevadíssimos.

Ele representa pelo menos 50% dos custos de produção de aves e suínos.

Com os atuais níveis de preço do milho, o custo final pode elevar-se em 25%.

Somam-se a isso os aumentos do farelo de soja, da energia elétrica, dos combustíveis e a situação fica muito difícil para todo o setor.

A saca (60 kg) de milho está cotada atualmente em cerca de R$ 100, ou seja,  registra 72% de aumento em relação a fevereiro do ano passado.

Aumento maior ainda sofreu a tonelada de farelo de soja, comercializada hoje em R$ 2.750,00, ficando 113%  mais cara que 12 meses atrás.

Outro item da planilha de custos que afeta as operações nas granjas e nas fábricas é a energia elétrica, que encareceu 70% nos últimos dez anos.

A média de alta prevista para 2021 é de 14,5%.

A indústria já apurou que, com esses aumentos, o custo do animal vivo aumenta no minímo 35%.

Esse encarecimento anula todos os ganhos dos suinocultores e avicultores ao mesmo tempo em que afeta ou até inviabiliza a produção industrial.

Porém, para o diretor da ACAV e Sindicarne, José Ribas, o desmedido aumento dos custos dos grãos tem efeito mais devastador porque atinge a base da cadeia produtiva.

Por isso, as indústrias de abate e processamento de aves e suínos estão preocupadas com as maciças exportações de milho e soja, matéria-prima que faltará para o abastecimento interno.

 REAÇÃO

Para atravessar o ano de 2021 será necessário um grande incremento da produção dos cereais de inverno.

Outra medida é o destravamento das importações de milho.

O setor já opera em drawback, o que reduz encargos tributários, mas a situação requer o destravamento técnico das importações de milho.

Existem muitas variáveis imprevisíveis que interferirão no mercado da carne neste ano, entre elas:

  • as oscilações cambiais que afetam os preços finais.
  • a manutenção da demanda da China por carnes brasileiras que mantém aquecido o setor.
  • as reformas estruturais necessárias para restituir a confiança no Brasil dos investidores internacionais.
  • a retomada do crescimento econômico.

Outro fator é a queda de consumo no mercado doméstico em razão do alto desemprego.

Veja o que diz José Ribas, diretor da ACAV e Sindicarne:

“Não podemos ficar expostos a esta situação. As iniciativas de importação e aumento da produção de cereais de inverno, especialmente nos Estados do Sul,  ajudarão, mas não serão suficientes sob a ótica de custos”.

“No longo prazo, precisaremos de ações estruturantes de logística de grãos para as regiões de produção de proteína e o setor operar de maneira efetiva no mercado futuro”.

“Não queremos ser alarmistas, mas é preciso ter consciência da situação. O setor é resiliente, é competente, mas tem suas limitações”.

“Uma crise semelhante vivida em 2016 provocou o fechamento de empresas, redução de alojamento e colocou em perigo os planteis à campo, com risco sanitário”.

“A partir do momento em que não vislumbrar o abastecimento necessário, seja  em preço, seja em quantidade, o setor irá se adequar, reduzir alojamento e baixar a oferta de proteína animal no Brasil”.

“As médias e as pequenas empresas terão dificuldades de fluxo de caixa e capital de giro, enquanto as grandes empresas operarão em fluxos negativos”.

“Infelizmente teremos descontinuidade de empresas, atraso nos investimentos e desemprego”.

Créditos: O Presente Rural

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