Diante do avanço de casos de intoxicação por metanol no país — com mais de 40 registros em São Paulo nas últimas semanas — o governo de Santa Catarina adotou medidas preventivas para proteger a população. Embora o estado não tenha registrado nenhuma ocorrência recente, a Secretaria de Estado da Saúde intensificou os protocolos de atendimento, mobilizou a rede assistencial e disponibilizou o antídoto na rede pública.
“Não temos casos em Santa Catarina. De qualquer forma, já determinei o aumento na fiscalização e o antídoto disponível na nossa rede de imediato”, afirmou o governador Jorginho Mello.
Atendimento rápido é essencial
Segundo a Secretaria da Saúde, a agilidade no atendimento é decisiva para salvar vidas. O protocolo reforçado determina que, diante de suspeita de intoxicação por metanol, os serviços de saúde devem acionar imediatamente o CIATox-SC pelos telefones:
- 📞 0800 643 5252 (24h)
- 📞 (48) 3721 9173
Além disso, recomenda-se:
- Guardar a embalagem da bebida suspeita
- Registrar o local de compra
- Identificar outras pessoas que tenham consumido o produto
Essas informações são cruciais para rastrear a cadeia de produção e coibir crimes relacionados à falsificação de bebidas.
Sintomas de alerta
Fase inicial (até 6h):
- Dor de cabeça, tontura, sonolência
- Náuseas, vômitos, dor abdominal
- Alterações visuais e “embriaguez atípica”
Fase de latência (12–24h):
- Acidose metabólica progressiva
- Sintomas neurológicos e visuais intensificados
Fase grave:
- Convulsões, coma, cegueira irreversível
- Choque, insuficiência renal, falência múltipla de órgãos
“Organizamos toda a rede de saúde com orientações e definição de manejo clínico. Se houver alguma suspeita, estamos preparados para atender a população, inclusive com exames rápidos e antídoto disponível”, destacou o secretário de Estado da Saúde, Diogo Demarchi.
Santa Catarina não registra óbitos por ingestão de metanol há três anos. O último caso, em 2022, envolveu ingestão de combustível, sem relação com bebidas adulteradas.
Procon padroniza fiscalização
O Procon-SC reuniu-se com os Procons municipais para formalizar um Procedimento Operacional Padrão (POP) voltado ao combate de bebidas falsificadas. A medida busca padronizar a fiscalização em bares, supermercados e distribuidores.
“Santa Catarina está preparada para enfrentar a crise do metanol nas bebidas. Todo caso suspeito será investigado”, afirmou a delegada Michele Alves, diretora do Procon/SC.
Ela reforça que comerciantes devem comprovar a origem lícita dos produtos e colaborar com as autoridades:
“Estamos convidando setores de entretenimento, distribuidores e associações de supermercados a facilitar o acesso às notas de origem, redobrar a atenção na aquisição e evitar compras de produtos suspeitos.”