A partir desta sexta-feira, 21 de março de 2025, cerca de 47 milhões de trabalhadores brasileiros com carteira assinada ganham uma nova ferramenta para acessar crédito mais acessível: o Programa Crédito do Trabalhador na Carteira Digital de Trabalho. Voltado para empregados da iniciativa privada, incluindo domésticos, rurais e contratados por microempreendedores individuais (MEI), o novo consignado privado oferece juros menores que os praticados no mercado, com parcelas descontadas diretamente da folha de pagamento via eSocial. Inspirado no modelo já consolidado para servidores públicos e beneficiários do INSS, o programa reduz riscos de inadimplência ao vincular o pagamento ao salário, permitindo descontos de até 35% da renda bruta, abrangendo comissões e benefícios. O processo é simples e digital: basta autorizar o compartilhamento de dados na plataforma da Carteira de Trabalho Digital, via site ou aplicativo, para receber ofertas de crédito em até 24 horas. A partir de 25 de abril, os bancos também poderão oferecer a linha em seus próprios canais digitais. Em caso de demissão, o saldo devido pode ser quitado com até 10% do FGTS e 100% da multa rescisória; se insuficiente, o pagamento pausa até um novo emprego, com correção no valor. Para quem troca de emprego, o desconto migra automaticamente ao novo empregador. Sem teto de juros definido pelo governo, as taxas ficam a cargo das 80 instituições financeiras participantes, que acessam dados como nome, CPF, tempo de empresa e margem consignável, respeitando a Lei Geral de Proteção de Dados. O programa moderniza o consignado privado, que até então dependia de convênios burocráticos entre empresas e bancos, limitando opções. Em 2024, o estoque de crédito consignado privado foi de R$ 39,7 bilhões, bem abaixo dos R$ 270,8 bilhões do INSS e R$ 365,4 bilhões do funcionalismo público. Com a integração ao eSocial, a expectativa da Febraban é que o volume supere R$ 120 bilhões em 2025, injetando alívio financeiro e aquecendo a economia.