A prisão do prefeito de Criciúma, Clésio Salvaro (PSD), na terça-feira (03), marcou a 28ª detenção de prefeitos em Santa Catarina entre 2020 e 2024. Salvaro foi detido durante a segunda fase da Operação Caronte, que apura irregularidades na prestação de serviços funerários no município, localizado no Sul do estado. A investigação é parte de uma série de ações coordenadas pelo Ministério Público e pela Polícia Civil, que já desmantelaram diversos esquemas de corrupção em prefeituras catarinenses.
A prisão de prefeitos no estado começou em agosto de 2020, com a detenção de Orildo Severgnini (MDB), então prefeito de Major Vieira, no Norte de Santa Catarina, durante a Operação Et Pater Filium. O ex-prefeito foi investigado por fraudes em licitações de transporte escolar e serviços municipais. Desde então, outras operações se seguiram, revelando esquemas de corrupção envolvendo contratos e licitações fraudulentas em áreas como coleta de lixo e transporte escolar.
Operações revelam fraudes generalizadas
A Operação Mensageiro, uma das mais impactantes, foi deflagrada em dezembro de 2021 e resultou na prisão de 17 prefeitos. A ação revelou um esquema de desvio de recursos públicos destinados à coleta de lixo, envolvendo a emissão de notas fiscais falsas e a distribuição de recursos ilícitos entre agentes públicos.
O padrão de irregularidades se repetiu em diversas regiões de Santa Catarina, com novos prefeitos sendo investigados e presos em operações subsequentes. Em 2023 e 2024, ações como a Operação Travessia, Limpeza Urbana e Terra Nostra continuaram a expor fraudes, com a detenção de gestores municipais envolvidos em esquemas de corrupção.
Prefeitos presos e investigações em andamento
Entre os 28 prefeitos e ex-prefeitos presos no estado desde 2020, cinco ainda permanecem detidos, incluindo Deyvisonn Souza (MDB), de Pescaria Brava, que retornou à prisão em julho de 2024, e Clésio Salvaro (PSD), preso recentemente. Outros, como Orildo Severgnini (MDB), estão cumprindo pena após condenação.
As investigações seguem em andamento, e novas fases de operações podem resultar em mais prisões de gestores municipais em Santa Catarina. A série de prisões evidencia um cenário de corrupção endêmica, envolvendo fraudes em licitações e contratos públicos, que se espalham por diversas áreas administrativas.
Abaixo, uma lista das principais operações e prefeitos presos:
Operação Et Pater Filium
- Agosto de 2020: Orildo Antônio Severgnini (MDB), Major Vieira
- Julho de 2021: Adelmo Alberti (PSL), Bela Vista do Toldo
Operação Mensageiro
- Abril de 2022: Beto Passos (PSD), Canoinhas
- Dezembro de 2022: Deyvisonn Souza (MDB), Pescaria Brava
- Fevereiro de 2023: Antônio Ceron (PSD), Lages; Vicente Corrêa Costa (PL), Capivari de Baixo
Outras operações recentes:
- Operação Travessia (janeiro de 2024): Clézio Fortunato (MDB), São João do Itaperiú
- Operação Limpeza Urbana (abril de 2024): Ari Alves Wolinger (Baguio), de Ponte Alta do Norte
- Operação Caronte (setembro de 2024): Clésio Salvaro (PSD), Criciúma
O Ministério Público e a Polícia Civil continuam monitorando outras prefeituras, e a expectativa é que novas revelações sobre esquemas de corrupção possam surgir nos próximos meses.