Oferta reduzida impulsiona aumento nos preços, enquanto importações mantêm equilíbrio no mercado.

Os preços do alho e da cebola estão em ascensão constante desde o início deste ano em Santa Catarina, segundo dados divulgados pelo Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Cepa) da Epagri.

Em março, o preço médio pago ao produtor catarinense de cebola alcançou seu maior valor nominal desde novembro de 2019, atingindo R$ 3,82 por quilo. Já o preço do alho mais do que dobrou em comparação com março de 2023, com médias estaduais chegando a R$ 12,21, R$ 14,91 e R$ 20,81 por quilo para diferentes tipos.

O analista de Socioeconomia e Desenvolvimento Rural da Epagri, Jurandi Gugel, atribui esse aumento aos impactos das fortes chuvas na última safra, que afetaram significativamente a produção catarinense. A produção de alho, por exemplo, ficou bem abaixo das expectativas, resultando em 7,26 mil toneladas em vez das 10,7 mil toneladas esperadas.

Apesar dos preços elevados, as importações não ultrapassaram as expectativas para o período, com 15,87 mil toneladas importadas, principalmente da Argentina. No caso da cebola, a situação é similar, com preços 15,75% maiores em março em comparação com o mês anterior e quase 97% superiores a março de 2023.

Entretanto, as importações de cebola no primeiro trimestre de 2024 foram significativamente maiores do que nos anos anteriores, totalizando 76,9 mil toneladas, reflexo da menor oferta nacional. Em Santa Catarina, maior produtor de cebola do país, a safra 2023/2024 registrou uma queda de cerca de 27% na produção em comparação com o ano anterior, totalizando 402,9 mil toneladas colhidas.