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    Rádio Alvorada 94.5 - Santa Cecília
Foto: Divulgação/Redes sociais

Júri em Tangará decide destino de motorista em caso de acidente fatal

A comarca de Tangará estará em foco nesta quinta-feira, 27 de março de 2025, com a realização de um novo júri popular para revisar o caso da morte de Alysson Gustavo Padilha Telles, de 18 anos, vítima de um trágico acidente em 27 de setembro de 2022, em Pinheiro Preto. O réu, Luiz Hernani Becker Cordeiro, motorista da carreta envolvida no episódio, enfrenta um segundo julgamento após a promotoria recorrer da sentença anterior, que o condenou a cinco anos e dez meses de reclusão em regime semiaberto por homicídio culposo. O Ministério Público insiste que a pena deve ser agravada, defendendo a tese de homicídio doloso devido à imprudência do condutor ao dirigir embriagado.

O acidente que chocou a região aconteceu na SC-135, perto do restaurante Três Colinas, por volta das 23h55. Segundo as investigações, Luiz Hernani havia consumido álcool antes de assumir o volante, uma decisão que, para o Ministério Público, comprometeu sua capacidade de condução e resultou na perda de controle da carreta. O veículo saiu da pista, bateu em árvores e arremessou os três ocupantes da cabine. Alysson, encontrado horas depois sob um tronco e a carga de papelão transportada, não resistiu. Cláudio Henrique dos Santos, também de 18 anos, sofreu lesões graves, mas sobreviveu, assim como o motorista, ambos resgatados em estado crítico pelos bombeiros.

Em 18 de março, o Conselho de Sentença reconheceu que Luiz era o responsável pelo acidente, mas desclassificou o crime de homicídio doloso – quando há intenção ou assunção do risco de matar – para culposo, caracterizado pela ausência de intenção. A decisão, que fixou a pena em regime semiaberto, não satisfez a promotoria, que viu na embriaguez do réu um agravante suficiente para justificar a acusação mais severa. Por isso, o caso retorna ao Fórum de Tangará, onde o juiz Flavio Luis Dell’Antônio presidirá a sessão que pode redefinir o futuro de Luiz Hernani. Na condenação inicial, ele ganhou o direito de recorrer em liberdade, benefício que mantém até o desfecho deste novo julgamento.

A expectativa em torno do júri é grande, já que o resultado pode não apenas alterar a pena do motorista, mas também reacender o debate sobre os perigos de dirigir sob efeito de álcool. Enquanto a defesa busca manter a sentença original, o Ministério Público aposta em uma reviravolta que traga uma punição mais rigorosa, refletindo a gravidade das consequências daquele fatídico 27 de setembro.

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