O Governo do Estado do Rio de Janeiro apresentou nesta sexta-feira (31) os primeiros dados oficiais sobre os mortos na Operação Contenção, realizada na última terça-feira (28) nos Complexos da Penha e do Alemão. A ação, considerada a mais letal da história do estado, resultou em 121 mortes, incluindo quatro agentes de segurança.
Segundo o levantamento divulgado em coletiva de imprensa com o secretário de Segurança Pública, Victor dos Santos, e o secretário de Polícia Civil, delegado Felipe Curi, dos 99 mortos já identificados:
- 78 tinham antecedentes criminais
 - 42 possuíam mandados de prisão em aberto
 - 40 eram oriundos de outros estados
 
Presença interestadual e estrutura nacional do tráfico
A operação revelou a presença de traficantes de ao menos sete estados: Pará, Amazonas, Bahia, Ceará, Paraíba, Goiás e Espírito Santo. De acordo com as autoridades, isso confirma que o Complexo da Penha funciona como um centro estratégico de distribuição de drogas e armas para o Comando Vermelho, com atuação nacional.
Entre os mortos, foram identificadas lideranças regionais como:
- Russo – chefe do tráfico em Vitória (ES)
 - Fernando Henrique dos Santos – liderança em Goiás
 - DG e FB – chefes do tráfico na Bahia
 - Rodinha – liderança em Itaberaí (GO)
 - PP – chefe do tráfico no Pará
 - Chico Rato e Gringo – lideranças em Manaus (AM)
 - Mazola – chefe do tráfico em Feira de Santana (BA)
 
O delegado Curi destacou que os mortos eram oriundos de quatro das cinco regiões do Brasil, com exceção da região Sul, que não teve registros de neutralizados.
Prisões e apreensões
A operação também resultou na prisão de 113 pessoas, das quais 33 eram de outros estados e 10 menores de idade. Do total, 54 tinham anotações criminais. Foram apreendidas:
- 118 armas de fogo, incluindo 91 fuzis
 - 14 artefatos explosivos
 - toneladas de entorpecentes
 
Avaliação oficial
O governo estadual classificou a operação como “um sucesso” e o “maior baque já sofrido pelo Comando Vermelho em toda sua história”. A ação mobilizou cerca de 2.500 agentes e teve como objetivo o cumprimento de 100 mandados de prisão contra integrantes da facção que estariam escondidos nas comunidades.
A divulgação das fichas criminais dos mortos e o detalhamento da estrutura interestadual reforçam o caráter estratégico da operação, que marca um novo capítulo na política de enfrentamento ao crime organizado no Rio de Janeiro.