Se dependesse da bancada catarinense na Câmara dos Deputados, a PEC do voto impresso seria aprovada sem qualquer dificuldade. Até a manhã desta terça-feira (10), data em que a proposta deve entrar em votação, 11 dos 16 deputados federais de Santa Catarina já haviam se manifestado a favor da mudança.

Além do núcleo mais próximo ao presidente Jair Bolsonaro, como os deputados Caroline de Toni (PSL), Daniel Freitas (PSL) e Coronel Armando (PSL), as manifestações também partiram de alguns políticos tradicionais, como os deputados Angela Amin (PP) – presidente do fórum parlamentar catarinense – e Celso Maldaner (MDB), que já foram eleitos diversas vezes pela urna eletrônica.

No caso de Maldaner, o voto a favor da PEC contraria a orientação do partido. O mesmo ocorre com Rodrigo Coelho (PSB) e Darci de Matos (PSD), que também se manifestaram a favor do voto impresso, embora os partidos tenham orientado voto contrário.

Até a manhã desta terça-feira, apenas o deputado Pedro Uczai (PT) havia se manifestado contra o voto impresso. Ainda não haviam se manifestado os deputados Carlos Chiodini (MDB), Carmen Zanotto (Cidadania), Geovânia de Sá (PSDB) e Ricardo Guidi (PSD).

A PEC deve entrar em votação às 15h na Câmara dos Deputados, cercada por polêmicas. A primeira delas é a decisão do presidente da Câmara, Arthur Lira, de levar a questão a plenário apesar da rejeição da proposta em comissão. A segunda é o desfile militar que deve tomar as ruas de Brasília nesta terça-feira. Oficialmente, trata-se de um convite da Marinha ao presidente Jair Bolsonaro para acompanhar um exercício. Mas o gesto tem sido visto como demonstração de força e pressão de Bolsonaro sobre o Congresso.

Usada desde a década de 1990, a urna eletrônica surgiu para desbancar o voto impresso, que tinha recorrentes registros de fraude em todo o país. O sistema é auditável e considerado seguro.

Manifestações a favor:

Rodrigo Coelho (PSB), Caroline de Toni (PSL), Daniel Freitas (PSL), Coronel Armando (PSL), Fábio Schiochet (PSL), Angela Amin (PP), Celso Maldaner (MDB), Darci de Matos (PSD), Gilson Marques (Novo), Helio Costa (Republicanos) e Rogério Peninha (MDB).

Manifestação contrária:

Pedro Uczai (PT)