O Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou, nesta quarta-feira (5), a abertura de uma auditoria em caráter de urgência para investigar a gestão da Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil (Previ). O ministro Walton Alencar Rodrigues, responsável pelo pedido, destacou “gravíssimas preocupações” com os resultados do fundo, que acumulou um déficit de aproximadamente R$ 14 bilhões no Plano 1 entre janeiro e novembro de 2024.
O Plano 1, que atende aos funcionários do Banco do Brasil admitidos até dezembro de 1997, registrou um rendimento de apenas 1,58% em 2024, considerado “pífio” pelo ministro em comparação com anos anteriores. Walton Alencar também mencionou que o desempenho foi substancialmente menor em quase todas as classes de investimento, incluindo renda fixa, renda variável, ativos imobiliários e investimentos estruturados.
“O fato é seríssimo, elevando os riscos dos segurados do Banco do Brasil. Comparativamente aos anos anteriores, foi pífio o desempenho atual dos planos da Previ”, afirmou o ministro durante a sessão do TCU. Ele ainda alertou para a possibilidade de danos graves ao Banco do Brasil, uma sociedade de economia mista controlada pela União, que poderá ser obrigada a contribuir de forma extraordinária para cobrir os déficits.
A Previ, por sua vez, manifestou “repúdio” às críticas e negou qualquer falha em sua gestão. Em nota, o fundo de pensão afirmou que os planos continuam sólidos e que não há risco de equacionamento ou necessidade de contribuições extraordinárias por parte dos associados ou do Banco do Brasil. Fontes da Previ, sob reserva, reforçaram que o fundo segue saudável, pagando mais de R$ 16 bilhões em benefícios anualmente, com recursos provenientes de dividendos das empresas em seu portfólio.
A auditoria do TCU foi encaminhada à Secretaria Geral de Controle Externo, que fará um levantamento detalhado das informações. O caso gera preocupação entre os beneficiários do fundo, que acompanham os desdobramentos da investigação. Enquanto isso, a Previ reitera sua disposição para colaborar com as fiscalizações e auditorias, destacando que está sob a supervisão da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) e do Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC).
A situação coloca em evidência os desafios da gestão de fundos de pensão em um cenário econômico volátil, reforçando a necessidade de transparência e eficiência na administração desses recursos.