A sexta-feira 13 é uma das datas mais aguardadas e, ao mesmo tempo, temidas no calendário popular em várias culturas. Para além do que muitos possam imaginar, esta combinação de dia e número pode ocorrer mais de uma vez num único ano.
Tradicionalmente associada ao “azar”, a origem da superstição em torno da sexta-feira 13 é incerta, sendo frequentemente ligada à numerologia, literatura e, em especial, ao cinema. No entanto, o medo que envolve a sexta-feira também tem raízes em tradições religiosas e culturais. Um exemplo vem de alguns cristãos, que acreditam que esse dia traz má sorte por ter sido numa sexta-feira que Jesus Cristo foi crucificado.
O número 13 e a história da superstição
O “número do azar” ganhou ainda mais força ao longo dos séculos, sendo amplificado por vários eventos bíblicos que, alegadamente, ocorreram numa sexta-feira 13. Entre os episódios mais mencionados, destacam-se:
► Na Quinta-feira, 12, Jesus Cristo e seus 12 discípulos participaram da última ceia, sendo que o 13º convidado, Judas, que viria a traí-lo, apareceu na sexta-feira;
► Adão e Eva terão comido o fruto proibido da Árvore do Conhecimento numa sexta-feira 13;
► Caim assassinou o seu irmão Abel também nesta data;
► A destruição do Templo de Salomão ocorreu numa sexta-feira 13; e
► A Arca de Noé teria zarpado no Grande Dilúvio numa sexta-feira 13.
Ainda que nenhum desses eventos tenha comprovação científica, as histórias passaram de geração em geração, reforçando a fama da data. Muitas dessas crenças foram sendo desmistificadas ao longo da história, mas o misticismo permanece, em parte devido à popularidade cultural que a sexta-feira 13 ganhou.
Um mito revitalizado no século 20
O medo moderno em torno da sexta-feira 13 foi reforçado por um romance publicado no início do século 20. O livro Friday, the Thirteenth, de Thomas Lawson, conta a história de um corretor de ações que escolhe este dia para causar deliberadamente um colapso no mercado financeiro. Este relato fictício ajudou a consolidar a superstição na cultura ocidental contemporânea.
Superstições ao redor do mundo
Em muitos países, como no Brasil, que recebeu grande influência das tradições europeias, a sexta-feira 13 está ligada a bruxaria e forças sobrenaturais. Acredita-se que neste dia possam ocorrer fenómenos inexplicáveis, como aparições de fantasmas. Superstições comuns, como evitar passar por debaixo de uma escada, são ainda mais temidas quando coincidem com esta data, com a ideia de que o azar pode ser multiplicado.
Outros hábitos de proteção incluem:
► Evitar cortar unhas ou cabelo,
► Sair da cama sempre com o pé direito,
► Bater três vezes em madeira,
► Evitar deixar cair escovas ou pentes.
Em regiões como Espanha e parte da América Latina, no entanto, o “dia do azar” não é uma sexta-feira, mas sim uma terça-feira 13. Este dia tem a sua má reputação associada a derrotas militares e antigos episódios bíblicos. Um ditado popular espanhol adverte: “Na terça-feira, não te cases nem viajes.”
O temor da sexta-feira 13 nos Estados Unidos
Nos Estados Unidos, a sexta-feira 13 é levada muito a sério, especialmente entre aqueles com crenças supersticiosas. O número 13 é evitado em várias circunstâncias, como em edifícios onde o 13º andar é frequentemente omitido ou renomeado. No dia, muitos americanos evitam viajar, tomar decisões importantes ou hospedar-se em quartos de hotel numerados com o “13”. O medo é tanto que esta fobia até tem um nome: parascavedecatriafobia.
Com o passar dos anos, a sexta-feira 13 transformou-se num verdadeiro ícone da cultura popular, amplificada por filmes de terror e histórias assustadoras que perpetuam o mistério e o fascínio em torno da data.