O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quinta-feira (22) dados significativos sobre a demografia brasileira em 2023. Pela primeira vez, a proporção de idosos com 60 anos ou mais (15,6%) superou a dos jovens de 15 a 24 anos (14,8%), marcando uma mudança histórica na estrutura etária do país. Desde o início dos anos 2000, a parcela de idosos na população quase dobrou, passando de 8,7% para 15,6%.
As projeções demográficas indicam que essa tendência continuará a se acentuar. Até 2046, os idosos deverão representar 28% da população, e em 2070, esse percentual poderá atingir 37,8%, significando que mais de um terço dos brasileiros será idoso. A idade média da população, que atualmente é de 34,8 anos, está projetada para aumentar significativamente, alcançando 51,2 anos em 2070.
Essas mudanças são impulsionadas por dois fatores principais: a queda na taxa de fecundidade e o aumento da expectativa de vida. De 2000 a 2023, a taxa de filhos por mulher caiu de 2,32 para 1,57, enquanto a expectativa de vida subiu de 71,1 para 76,4 anos.
O IBGE também atualizou a estimativa da população brasileira, que atualmente é de 203 milhões de habitantes, menor do que as previsões anteriores. A população está não apenas envelhecendo, mas também se tornando mais feminina, com as mulheres representando 51,5% dos brasileiros.
Além disso, o Censo 2022 revelou um crescimento significativo no número de indígenas e quilombolas, além de uma mudança na percepção racial entre os brasileiros. Outros dados importantes incluem o fato de que o Brasil tem mais templos religiosos do que hospitais e escolas combinados, e que 24% da população ainda vive sem descarte adequado de esgoto.
Essas estatísticas refletem as profundas transformações demográficas e sociais pelas quais o Brasil está passando, e apontam para desafios futuros em áreas como previdência, saúde e infraestrutura.