Estudo da Fiocruz Amazônia destaca a origem da nova variante e fatores ambientais que contribuem para o surto da doença.
Uma pesquisa conduzida pela Fundação Oswaldo Cruz da Amazônia (Fiocruz Amazônia) aponta uma nova linhagem do vírus Oropouche no Brasil, possivelmente ligada ao surto da doença neste ano. Recentemente, o Ministério da Saúde confirmou as primeiras mortes pela doença no mundo, incluindo um óbito em investigação com passagem por Santa Catarina. Os cientistas analisaram 382 genomas do vírus, coletados de amostras humanas em diferentes estados da região Norte, entre 2022 e 2024.
O aumento de casos, segundo o estudo, coincide com o surgimento da nova linhagem viral que teria se originado no Amazonas entre 2010 e 2014. “Ela adquiriu segmentos genéticos de diferentes linhagens que circulavam anteriormente na América do Sul”, menciona trecho do estudo. A nova variante descoberta pelos cientistas da Fiocruz possui uma capacidade de replicação “significativamente maior” em comparação ao vírus original. Além disso, o desmatamento, invasão agrícola e eventos climáticos extremos como o El Niño podem estar relacionados com o surto de Febre Oropouche no Brasil, indicam os cientistas. A pesquisa ainda diz que o aumento de casos aconteceu de forma “silenciosa”.
Casos em Santa Catarina
Mais de 160 casos de Febre Oropouche foram confirmados no estado catarinense até o dia 23 de julho, quando a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE/SC) divulgou os números. A região do Vale do Itajaí possui o maior número de casos, com 88 confirmados somente no município de Luiz Alves, seguido por Botuverá, com 37.
Veja as cidades de SC com casos confirmados:
- Antônio Carlos: 2
- Benedito Novo: 1
- Blumenau: 10
- Botuverá: 37
- Brusque: 7
- Canelinha: 1
- Corupá: 3
- Guabiruba: 1
- Guaramirim: 1
- Ilhota: 6
- Jaraguá do Sul: 1
- Luiz Alves: 88
- São Martinho: 1
- Schroeder: 7
- Tijucas: 2
- Total: 168
A pesquisa e os dados levantados pela Fiocruz Amazônia e DIVE/SC são cruciais para o entendimento e controle do surto de Febre Oropouche no Brasil, bem como para a implementação de medidas de prevenção e tratamento eficazes.