Em julho deste ano, o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) recebeu denúncias de que idosos estariam sendo submetidos a condições precárias em uma instituição privada de longa permanência em Campos Novos. A Promotora de Justiça Raquel Betina Blank iniciou uma investigação e requisitou que os órgãos competentes realizassem vistorias na matriz e filial da instituição. Essas diligências preliminares identificaram possíveis violações ao Estatuto da Pessoa Idosa (Lei n. 10.741/2003).
Com base nos indícios, o MPSC entrou com uma ação civil solicitando medidas emergenciais, incluindo a suspensão das atividades, interdição do estabelecimento, e proteção aos idosos. A Justiça acatou parcialmente o pedido, impedindo a instituição de acolher novos idosos até que as irregularidades sejam sanadas.
O município de Campos Novos foi designado para realizar novas vistorias, focando nas condições de saúde dos acolhidos e na infraestrutura do local. A Promotora de Justiça declarou que as condições encontradas violam o direito a uma vida digna e segura previsto pelo Estatuto da Pessoa Idosa, e que a instituição deve ser responsabilizada pelas falhas observadas.
Relatórios revelam diversas irregularidades
De acordo com o artigo 50 do Estatuto da Pessoa Idosa, as instituições de longa permanência devem cumprir uma série de requisitos para garantir o bem-estar dos idosos, incluindo saúde, alimentação, vestuário, instalações adequadas e atividades culturais. No entanto, as vistorias apontaram múltiplas violações, como:
- Cozinha com condições precárias de higiene;
- Superlotação dos quartos;
- Alimentação insuficiente para os idosos;
- Funcionários sem contrato formal de trabalho;
- Falta de cuidadores para atender todos os residentes;
- Falta de acessibilidade nas instalações;
- Agulhas e seringas em locais de fácil acesso; e
- Medicamentos armazenados de forma inadequada, com indícios de uso não conforme as prescrições médicas.
O MPSC prossegue no caso, buscando a responsabilização e a melhoria das condições dos idosos nas instituições investigadas. O julgamento final da ação ainda será realizado, incluindo o pedido de multa de R$ 3 mil por idoso acolhido de forma irregular.