Um grupo criminoso responsável por um dos maiores roubos a banco da história do Brasil foi condenado a penas que, somadas, ultrapassam 500 anos de prisão. O crime ocorreu em novembro de 2019, na cidade de Criciúma, no Sul de Santa Catarina, e envolveu 17 réus, sendo 13 homens e 4 mulheres.
O assalto ao Banco do Brasil, ocorrido entre a noite de 30 de novembro e a madrugada de 1º de dezembro, resultou no roubo de aproximadamente R$ 130 milhões. A ação foi marcada pelo uso de armamento pesado, explosivos e estratégias de contenção que deixaram a cidade em estado de pânico.
O ataque teve início na região central da cidade, onde está localizada a tesouraria regional do Banco do Brasil. Os criminosos utilizaram veículos blindados, armas de grosso calibre e explosivos. Funcionários públicos que realizavam a manutenção de ruas naquela noite foram feitos reféns e usados como barreira humana.
Para impedir a ação das forças policiais, o grupo alvejou e incendiou veículos em frente ao batalhão da Polícia Militar, dificultando a resposta das autoridades. A ação durou cerca de duas horas, envolvendo uma complexa logística que incluiu imóveis alugados, veículos roubados e documentos falsificados.
As penas impostas variaram de 9 a 50 anos de reclusão, dependendo do grau de envolvimento de cada réu. Alguns dos principais líderes foram condenados a mais de 40 anos de prisão. A Justiça determinou que 10 dos condenados não poderão recorrer em liberdade.
Durante a ação, o policial militar Jeferson Luiz Esmeraldino foi atingido por um tiro de fuzil no peito, sofrendo ferimentos graves que o deixaram em estado vegetativo. O disparo danificou órgãos vitais e exigiu meses de internação, além de um longo período de cuidados médicos domiciliares realizados por sua mãe.
O caso, que tramita em segredo de justiça, segue sendo um marco na história do crime organizado no Brasil, evidenciando a capacidade logística e a violência empregada por grandes organizações criminosas.