A idosa, de 81 anos, foi surpreendida por um caso médico raríssimo ao ser encaminhada para o Hospital Regional de Ponta Porã.
A idosa Daniela Almeida Vera, de 81 anos, foi surpreendida por um caso médico extremamente raro ao ser encaminhada para o Hospital Regional de Ponta Porã, na região sul de Mato Grosso do Sul. Descobriu-se que ela carregava um feto calcificado em seu abdômen, uma condição considerada raríssima por especialistas.
A equipe médica que a atendeu suspeita que o “bebê de pedra” estivesse alojado em seu abdômen há 56 anos, desde quando Daniela teve sua última gestação. Daniela, que era indígena e morava em um assentamento no município de Areal Moreira, acabou falecendo após uma cirurgia para a retirada do feto.
De acordo com o secretário de saúde de Ponta Porã, a idosa já tratava uma infecção urinária na cidade onde residia. Com a piora no quadro clínico, foi necessária sua transferência para o hospital da cidade vizinha, onde a equipe médica chegou a suspeitar de um câncer.
A descoberta surpreendente aconteceu quando Daniela deu entrada no hospital com um quadro de infecção grave em 14 de março. Uma tomografia 3D revelou o feto calcificado em seu abdômen no mesmo dia.
Após a descoberta, a equipe médica realizou uma cirurgia para a retirada do feto, mas Daniela veio a óbito no dia seguinte devido a um quadro grave de infecção generalizada, originada a partir da infecção urinária.
O caso chamou a atenção não apenas pela raridade, mas também pela surpresa que causou. Segundo a filha da vítima, Rosely Almeida, de 21 anos, sua mãe tinha grande receio de procurar atendimento médico, preferindo tratamentos alternativos.
O secretário de Saúde de Ponta Porã, Patrick Derzi, explicou que o nome da condição é litopedia. Derzi, que também é médico, ressaltou a raridade do caso e os possíveis riscos associados a esse tipo de gravidez abdominal não reconhecida, que pode resultar em complicações graves mesmo décadas após a gestação.